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Sialoadenite: causas e tratamentos

Sialoadenite: causas e tratamentos
Imagem meramente ilustrativa (Banco de imagens: Shutterstock)
11/10/2023

Condição de causas variáveis, a sialoadenite pode ser ter origem tanto em infecções quanto em doenças autoimunes

Apesar de ser uma condição mais comum em idosos e em imunossuprimidos, a sialoadenite pode acometer pessoas de todas as faixas etárias, causando sintomas dolorosos e bastante incômodos na região das glândulas produtoras de saliva.

Para melhor compreender o quadro clínico, é válido relembrar que a saliva é produzida nas glândulas salivares e secretada na boca através de ductos, de tal forma que tanto sua composição quanto esse fluxo de secreção ajudam a proteger o indivíduo contra os microrganismos que chegam à cavidade oral.

O que é sialoadenite?

A sialoadenite é uma inflamação das glândulas salivares (principalmente das parótidas e submandibulares), que pode ter duração aguda ou crônica e costuma causar muita dor e inchaço ao paciente. Assim, saber caracterizar o tempo de evolução (crônica ou aguda) é importante no caso da sialoadenite porque pode ajudar o médico a direcionar a investigação diagnóstica e a iniciar um tratamento mais assertivo.

O que causa a sialoadenite?

Os fatores que podem desencadear uma sialoadenite vão desde quadros infecciosos (virais ou bacterianos) até obstrutivos, traumáticos, autoimunes ou neoplásicos. Assim, as principais causas estão descritas a seguir.

Infecções bacterianas

As infecções bacterianas são uma das principais — se não for a principal — causas de sialoadenite. Geralmente, a infecção ocorre no trato respiratório superior ou por meio de feridas na boca, que se tornam “portas de entrada” para a colonização dos microrganismos.

Cálculos salivares

Os cálculos salivares, condição também conhecida como sialolitíase, são pequenos depósitos minerais que se formam nas glândulas salivares ou em seus ductos, bloqueando o fluxo de saliva e desencadeando um processo inflamatório agudo que pode até mesmo se tornar crônico, se não for tratado adequadamente.

Baixa produção de saliva

A hipossalivação, ou seja, a baixa produção de saliva, é uma causa importante de sialoadenite, e pode ser desencadeada tanto por medicamentos que têm esse efeito colateral, quanto por algumas doenças que diminuem a salivação, como o diabetes, pós radioterapia, a Síndrome de Sjögren e a hepatite C.

Obstrução do ducto salivar

Qualquer obstrução física dos ductos salivares pode resultar em sialoadenite, sendo que as principais causas são os cálculos já mencionados, além de traumas locais, tumores ou outras condições médicas que possam causar um estreitamento ou oclusão dos ductos.

Doenças autoimunes

Além de a Síndrome de Sjögren potencialmente causar sialoadenite devido à baixa produção de saliva, essa condição — e outras inúmeras doenças autoimunes — podem desencadear uma resposta imunológica errônea do organismo do paciente contra as próprias glândulas salivares.

Principais Sintomas

A depender da causa subjacente e do perfil imunológico do paciente, os sintomas da sialoadenite podem variar em intensidade, mas de forma geral eles incluem:

  • Inchaço e dor nas glândulas salivares afetadas, principalmente durante ou após as refeições;
  • Febre, especialmente em casos de sialoadenite infecciosa;
  • Vermelhidão e calor na área das glândulas salivares;
  • Dificuldade em abrir a boca;
  • Sabor metálico ou amargo na boca;
  • Secura da boca, devido à diminuição do fluxo de saliva;
  • Pus ou drenagem na boca, em casos de infecção.

Como é realizado o diagnóstico?

O diagnóstico da sialoadenite começa com a avaliação clínica do médico especialista, que inclui a história do paciente (anamnese) e o exame físico, principalmente da região da cabeça e pescoço, onde estão presentes as glândulas salivares.

Nesse primeiro momento, é fundamental que o paciente informe todos os sintomas relacionados ao quadro, bem como faça um recordatório de doenças e infecções recentes (até mesmo um resfriado), machucados orais causados por alimentos ou qualquer outra informação que ajude a identificar a causa da sialoadenite.

Já no exame físico segmentar, o médico deve avaliar todas as glândulas salivares para detectar inchaço, vermelhidão, obstrução, presença de pus e sensibilidade. Nesse momento, a busca por linfonodomegalia e possíveis focos infecciosos — sejam na boca ou não — também é importante.

Muitas vezes, essas duas etapas são suficientes para confirmar o diagnóstico e iniciar o tratamento da sialoadenite. Porém, em algumas ocasiões pode ser necessário solicitar exames complementares que ajudarão a definir a causa do quadro — o que não impede o início de um tratamento enquanto a investigação diagnóstica é feita.

Assim, dentre os exames que podem ser solicitados durante a investigação de uma sialoadenite tem-se:

  • Exames de imagem que ajudam a visualizar as glândulas salivares e a identificar obstruções ou outras anormalidades;
  • Exames laboratoriais de sangue para investigar se o paciente se encontra em processo infeccioso ativo;
  • Pesquisa por anticorpos nos pacientes que apresentam outras condições clínicas que levem a pensar em doença autoimune ainda não diagnosticada;
  • Biópsia das glândulas salivares, principalmente em casos crônicos ou que não respondem ao tratamento inicial.

Como tratar a sialoadenite?

O primeiro passo do tratamento da sialoadenite é promover o alívio dos sintomas, como a dor e o inchaço, o que pode ser feito com medicações prescritas pelo médico e com compressas quentes. A seguir, é preciso iniciar o tratamento pensando na condição de base, ou seja, na causa da sialoadenite.

Assim, tem-se as seguintes possibilidades:

  • Antibióticos, quando houver evidência de proliferação bacteriana;
  • Drenagem da lesão quando houver abscessos;
  • Estimuladores salivares ou saliva artificial;
  • Otimização dos tratamentos para as condições crônicas (diabetes, doenças autoimunes)
  • Suspensão ou modificação de medicamentos que causem esse efeito colateral.
  • Sialoendoscopia, um procedimento minimamente invasivo.

Por fim, os quadros de sialoadenite que são desencadeados por obstrução dos ductos — seja por litíase ou por massas tumorais — devem ser delicadamente avaliados por um cirurgião de cabeça e pescoço, pois a depender da complexidade e da suspeita diagnóstica da lesão obstrutiva, uma cirurgia pode ser necessária.

Entre em contato com o Dr. Pablo Quintana e agende já sua consulta.

 

Fontes:

Instituto Nacional do Câncer (Inca)

International Journal Of Science Dentistry